As construções portuárias dos romanos eram feitas com uma receita simples e "mágica" que se torna mais resistente com o passar do tempo.

O concreto romano, utilizado em construções como cais e portos, é mais resistente que o concreto moderno devido à sua composição única, que inclui cinzas vulcânicas, cal e água do mar. Essa mistura cria um mineral chamado tobermorita aluminosa, que se torna cada vez mais forte com o tempo, especialmente em estruturas próximas ao mar, onde a água salgada reage com os materiais vulcânicos, reforçando o concreto continuamente.
Essa resistência duradoura, que permitiu que essas construções sobrevivessem por mais de 2.000 anos, é um reflexo da habilidade dos romanos em criar um concreto mais sustentável e eficiente.

Pesquisas científicas recentes revelaram que o segredo da durabilidade do concreto
romano está em sua troca química constante com a água do mar. Ao contrário do concreto moderno, baseado em cimento, que não tem essa capacidade de regeneração, o concreto romano se comporta como uma rocha, com reações que tornam o material mais resistente à medida que o tempo passa. A análise microscópica das construções romanas revelou que a formação da tobermorita aluminosa e outros minerais como a filipsita contribuem para o fortalecimento do concreto.
A produção do concreto romano, em comparação com o moderno, tem um impacto ambiental menor, já que a técnica não exige as altas temperaturas (1.450°C) necessárias para fabricar o cimento Portland.
Cientistas como Marie Jackson estão explorando como a fórmula romana poderia ser adotada nas construções atuais, especialmente em ambientes marítimos, para reduzir os impactos ambientais da construção civil. O estudo também investiga como combinar essa técnica com métodos modernos de construção, como o concreto reforçado, para maximizar a durabilidade e sustentabilidade das construções.
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