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Concreto e cimento seguem como protagonistas na modernização da construção civil no Brasil

  • Kartrak
  • há 3 minutos
  • 3 min de leitura

O uso estratégico de cimento e concreto na construção civil brasileira foi tema central de um dos debates finais do Encontro Internacional da Indústria da Construção (ENIC), realizado em São Paulo na última sexta-feira (11/04).


 

O painel destacou como a aplicação de novas tecnologias baseadas nesses materiais tradicionais tem contribuído para aumentar a eficiência das obras, reduzir prazos e elevar o padrão de qualidade nas edificações em todo o território nacional.


Promovido pela Câmara Brasileira da Indústria da Construção (CBIC) e realizado em conjunto com a 29ª edição da Feicon, no São Paulo Expo, o evento reuniu grandes nomes do setor. A mediação ficou a cargo de Eduardo Aroeira Almeida, vice-presidente Financeiro da CBIC. Participaram do debate especialistas como Daniel Katz (CEO da Katz Construções), Diego Ciola Esteves (responsável pela Engenharia e Operações Off-Site da MRV&CO), Paulo Koelle (diretor da Stone Pré-fabricados) e Valter Frigieri (diretor de Planejamento e Mercado da Associação Brasileira de Cimento Portland – ABCP).


Durante a abertura, Aroeira ressaltou que a construção civil precisa passar por uma transformação para acompanhar o ritmo de crescimento econômico. Ele enfatizou que soluções inovadoras com base em cimento e concreto têm se mostrado essenciais para ampliar a produtividade e garantir maior competitividade no setor. “É preciso pensar no futuro com foco em industrialização, inovação e sustentabilidade”, reforçou.


Impressão 3D como solução para obras rápidas e econômicas


Casa de dois andares feita de concreto com impressão 3D
Casa de dois andares feita de concreto com impressão 3D

Daniel Katz apresentou a tecnologia de impressão 3D em concreto como uma das inovações mais promissoras para obras de menor porte e projetos de habitação social. Segundo ele, essa técnica permite agilizar significativamente o tempo de execução e reduzir o desperdício de materiais. Como exemplo, citou um projeto desenvolvido para a CDHU, em que a estrutura foi impressa em apenas quatro dias, montada em dois e concluída em 20 dias.


Industrialização do canteiro de obras


Diego Ciola compartilhou as experiências da MRV&CO com a adoção de kits construtivos e métodos off-site, que deslocam etapas da obra para ambientes industriais. A estratégia busca padronizar processos, melhorar a qualidade e garantir maior segurança nas construções. Ele também mencionou uma iniciativa inovadora da empresa: a implantação de fábricas de kits dentro de presídios, viabilizada por meio de parcerias público-privadas, como forma de enfrentar a escassez de mão de obra especializada.


Eficiência com pré-fabricação


Paulo Koelle destacou os benefícios das fachadas pré-moldadas em concreto, como a possibilidade de criar formatos diferenciados — curvos, vazados ou torcidos — que aliam leveza estética e praticidade na montagem. Ele afirmou que a pré-fabricação é uma alternativa eficaz para reduzir prazos, padronizar a qualidade e diminuir os impactos ambientais no canteiro de obras.


Cimento e concreto aliados à inovação sustentável


Valter Frigieri reforçou a importância estratégica do cimento e do concreto para projetos voltados à inovação e sustentabilidade. Para ele, esses materiais oferecem uma combinação entre versatilidade e desempenho técnico, que, quando aliados a novas tecnologias, contribuem para o avanço da produtividade sem deixar de lado as questões ambientais.


Iniciativas para o futuro da construção civil


O painel também integra o projeto “Construção 2030”, da Comissão de Materiais, Tecnologia, Qualidade e Produtividade (COMAT) da CBIC, liderado por Dionyzio Klavdianos, em colaboração com o SENAI. A proposta visa acelerar o desenvolvimento tecnológico do setor e aproximar a construção civil brasileira das melhores práticas internacionais.

O evento contou com o apoio do Sistema Indústria, além da correalização com o SESI e o SENAI. Entre os patrocinadores estão a Caixa Econômica Federal, o Governo Federal, a Saint-Gobain (no Hub de Sustentabilidade), o Sebrae Nacional (no Hub de Inovação), e a Mútua (no Hub de Tecnologia). Também apoiaram a iniciativa empresas e instituições como Itacer, Senior, ABCP, Abividro, Abrafati, Anfacer, Sienge, Apex Brasil, ABDI, CAU/SP, Multiplan, COFECI-CRECI, CIMI360, Esaf, One, Agilean, Exxata, Falconi, Konstroi, Mais Controle, Penetron, Seu Manual, Totvs, Unebim, Zigurat e Yazo.


Construção do futuro passa pela combinação de tradição e inovação


Com exemplos práticos e relatos de experiências bem-sucedidas, o painel demonstrou que o futuro da construção civil brasileira depende da capacidade de industrializar processos, adotar novas tecnologias e, ao mesmo tempo, valorizar materiais consagrados como o cimento e o concreto. A modernização do setor passa por reinventar o uso desses materiais para torná-los ainda mais eficientes, sustentáveis e alinhados às demandas de um novo cenário econômico e social.

Estudos recentes indicam que o concreto utilizado na construção de túneis rodoviários está apresentando sinais de deterioração mais cedo do que o esperado, especialmente em regiões próximas ao mar. A constatação tem preocupado especialistas, que veem riscos tanto para a segurança quanto para os custos de manutenção dessas estruturas.

Um estudo desenvolvido por pesquisadores da Universidade de Tecnologia de Chalmers, na Suécia, identificou esse fenômeno no túnel de Oslofjord, na Noruega. Os cientistas observaram que a infiltração de água do mar traz consigo bactérias que se fixam nas superfícies de concreto, formando biofilmes – colônias microbianas que contribuem para a corrosão acelerada do material.

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